Democratizar o trabalho: repertórios e ação coletiva e o trabalho como inovação social

Carla Regina Mota Alonso Diéguez e Thamires Cristina da Silva

Democratizar o trabalho: repertórios e ação coletiva e o trabalho como inovação social

Carla Regina Mota Alonso Diéguez e Thamires Cristina da Silva

Quais as potencialidades da sociedade brasileira para democratizar o trabalho? Guiado por esta pergunta, este GT propõe-se a discutir estudos e pesquisas que superem o sentido hegemônico de trabalho, fornecido pelos princípios que regem a economia capitalista, para enfatizar experiências laborais resultantes de práticas cotidianas no universo citadino e rural por meio de iniciativas comunitárias, cooperativas e solidárias. No contexto de desproteção e flexibilidade das relações trabalhistas faz-se necessário repensar o papel social do trabalho como ferramenta para ampliação da dignidade. Nesses termos, buscamos discutir a dimensão coletiva do trabalho, constituída pelo acúmulo organizativo cristalizado nas instituições de representação das trabalhadoras e trabalhadores, e sua relação com formas de trabalho que contrastam os domínios da submissão e da precarização. Exemplos concretos nos permitem identificar a inovação social que o trabalho representa ao assumir novas identidades coletivas, ao recriar interações sociais a partir do interesse comum, ao nutrir uma cultura de participação e equidade no território, ao desenvolver formas sustentáveis de produção, ao preservar direitos e gerar renda para a comunidade ao entorno. Estamos falando de inúmeras experiências espalhadas pelo país interconectadas por redes de empreendedorismo econômico-social, como a economia solidária e o cooperativismo, comércio solidário nas periferias, bancos comunitários de desenvolvimento e moeda social, agroecologia e agricultura familiar, entre outras práticas que impulsionam a autonomia econômica e social por meio do trabalho, colocando-nos diante de um horizonte democrático e inclusivo.